terça-feira, 3 de abril de 2007

Veto à emenda 3

Veto à emenda 3
============

O jornal o Globo em seu editorial de 27 de março, cujo texto pode ser lido na íntegra no link http://arquivoglobo.globo.com/pesquisa/texto_gratis.asp?codigo=2937824 (embora transcrevo abaixo) publicou um texto sobre o veto do presidente Lula à emenda 3. A ASSESPRO compartilha do conteúdo do texto, subscrevendo-o.

A ASSESPRO Nacional encaminhou ao editor chefe do Jornal O Globo uma carta, que segue abaixo, manifestando nossa satisfação e agradecimento pela publicação do editorial.

Devemos de posse do editorial e da carta encaminhada ao jornal, contactar nossos deputados para derrubar o veto do Lula além de divulgar o material à imprensa.

Devemos ainda cobrar de suas bancadas no Congresso posição para derrubar o veto presendical à emenda três, já que o projeto substitutivo encaminhado representa apenas uma nova roupagem para o mesmo absurdo original que é uma infração constitucional e uma quebra de respeito a independência jurisdicional dos poderes.

O texto acima foi encaminhado pelo diretor secretário da ASSESPRO Nacional, José Epiphânio Camillo dos Santos. Abaixo segue a carta encaminhada ao Jornal O Globo.

-------------------

Rio de Janeiro, 29 de março de 2007

Ao
Sr. Editor Chefe
Jornal O Globo


A ASSESPRO NACIONAL – ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, SOFTWARE E INTERNET, entidade que congrega as empresas de tecnologia da informação e software, vem, em nome de seus mais de 2000 associados de todo o país, expressar seu agradecimento pela posição do jornal, no editorial "GOLPE TRIBUTÁRIO" de 27 de março de 2007, na defesa destas empresas que serão, possivelmente, as mais atingidas por este ato de força da Receita e dos Sindicatos laborais.

A questão jurídica envolvida na discussão do veto à emenda nº 3 é de suma importância para as empresas prestadoras de serviços, principalmente as pequenas, ou mesmo, as individuais. Os empreendedores que o governo tanto alardeia estar defendendo. Pelo o que se lê no projeto apresentado pelo governo, apenas está se dando uma nova vestimenta ao verdadeiro projeto do governo e dos sindicalistas de tirar da justiça do trabalho e da procuradoria o exame destas situações, ou seja, apenas está se criando um segundo escalão no próprio âmbito da receita para se decidir sobre estas coisas.

A Assespro, como entidade representativa de um dos setores mais atingidos por esta política vigente que insiste em penalizar os empreendedores, se posiciona a favor da emenda nº 3. É de extrema importância saber que não estamos sozinhos nessa luta que queremos tornar pública e efetiva. A sociedade brasileira tem o direito e dever de ter o conhecimento sobre as decisões que podem modificar e dinamizar a nossa economia. Para poder tomar, então, uma posição consciente sobre o assunto.

Tomamos a liberdade de enviar cópias do referido editorial para nossos associados de todo país e para as bancadas congressistas que nos representam por entendermos que as suas palavras representam de forma fiel o nosso pensamento.

Esperamos poder contar com a sua ajuda para reforçar o nosso discurso, assim como, nos colocamos à sua disposição na luta a favor dos interesses da sociedade brasileira possuidora de um espírito vanguardista.

Atenciosamente,


RICARDO KURTZ
Presidente
ASSESPRO Nacional

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Repensando o Futuro de TI no Brasil

Repensando o Futuro de TI no Brasil
Roberto Carlos Mayer - Presidente da ASSESPRO-SP
Matéria publicada na Gazeta Mercantil - 02-04-2007

TI é certamente um dos segmentos econômicos mais promissores e dinâmincos hoje. Há grande demanda por mão-de-obra qualificada, alimentada pelo desenvolvimento de soluções no modelo de outsourcing (terceirização) e/ou offshoring (serviços no exterior). Mas é preciso refletir sobre as perspectivas relacionadas ao impacto sobre a evolução das empresas de software no País.

Cada vez mais empresas globais de TI têm investido em mercados emergentes. As equipes nesses países têm como objetivo o desenvolvimento de sistemas "sob medida" e a customização de software existentes. As grandes empresas de que usam TI geram globalmente demanda e sugam a mão-de-obra.

A primeira ameaça ao mercado no futuro é oriunda da competição entre os países emergentes. Hoje, são poucos os que dispõem de profissionais de TI em atividade do tamanho do Brasil. Entretanto, é perfeitamente possível que em dez anos apareçam rivais entre emergentes como Paquistão, Bangladesh e Indonésia, entre os menores.

Se, por exemplo, Bangadesh vier a oferecer mão-de-obra especializada a preços muito inferiores aos do Brasil, devemos nos perguntar qual será a reação das empresas globais de TI, que haviam investido no País: muito provavelmente optarão por desinvestir ou com a sua saída definitiva ou com a diminuição da demanda. Cabe observar que uma mudança dessas é muito mais fácil no caso de offshoring do que com uma planta industrial. Outro aspecto que reforça a possibilidade é o fato de a maioria das multinacionais materem a área de desenvolvimento e definição de estratégias nos países de origem.

Uma segunda ameaça vem do mercado consumidor de TI: observa-se que apenas grandes empresas possuem orçamentos capazes de gerar volume de desenvolvimento e oportunidades de offshoring. Por outro lado, o desenvolvimento de software sob medida possui custo muito superior ao dos aplicativos empacotados. A contínua pressão pela redução de custos em TI nas grandes empresas também terá sérias repercussões sobre o tamanho da demanda de offshoring em longo prazo.

Os maiores fornecedores mundiais de aplicativos não apenas detectaram a situação, mas trabalham há vários anos no sentido de tornar suas plataformas de produtos mais abrangentes e fáceis de serem customizadas, reduzindo a necessidade de customizações e de novas funcionalidades que dependam de programas sob demanda.

A grande pergunta é: o que queremos do mercado brasileiro de TI depois que esta janela se fechar? Certamente, teremos profissionais devolvidos ao estoque de mão-de-obra pelas multinacionais e que só terão oportunidade de emprego se as fornecedoras locais absorver.

Até o momento, apesar de o setor estar incluído na política industrial do governo federal como um dos setores prioritários, pouco ou nada se fez de concreto para a indústria de software. Sabe-se que as empresas locais perdem competitividade, resultado da carga tributária, encargos trabalhistas e indefinições na legislação.

No cenário globalizado que antevemos para daqui a dez anos, só haverá espaço para empresas de software que atuem no modelo global, concebido como um produto. Não só as comapnhias nacionais precisam ser preparadas para este cenário, mas é preciso formular políticas de qualificação e requalificação de mão-de-obra para esta finalidade. A política de levar em conta que a indústria nacional é formada hoje, principalmente, por pequenas e médias empresas.

Alguns incentivos contretos que sugerimos, além da revisão da tributação e sistema trabalhista, incluem incentivose financiamentos aos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos, a criação de uma rede de promoção de produtos nacionais no exterior, a criação de programas de formação de mãode-obra, entre outros.

Caso o País continue a agir como se a oportunidade do offshoring fosse uma realidade a persisrtir por várias gerações, corremos o sério risco de levar as empresas locais do setor de software à extinção.