domingo, 17 de agosto de 2008

A ordem é inovar !

A ordem é inovar !

* Túlio Ornelas Iannini

Um dos termos mais comentados no mundo atual é a INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. É normal abrirmos um jornal, revista ou um Web Site e depararmos com um texto onde esteja empregado o termo. A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA é o diferencial competitivo das empresas no mundo atual. Sem inovação a empresa dificilmente vai conquistar espaço no mercado ou até mesmo conseguir proteger o seu.

O termo INOVAÇÃO TECNOLÓGICA é muito discutido e ainda pouco entendido por muitos, principalmente no meio empresarial. Isto mesmo, no meio empresarial. Algumas empresas até conseguem serem inovadoras sem saberem o conceito, mas não sabem que estão praticando, outras acham que entenderam o conceito, mas não conseguem inovar.

De acordo com a Pintec (Pesquisa de Inovação Tecnológica, realizada pelo IBGE), uma inovação tecnológica é definida pela introdução no mercado de um produto ou de um processo produtivo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado. A inovação tecnológica pode resultar de pesquisa e desenvolvimento (P&D) realizados internamente nas empresas, de novas combinações de tecnologias existentes, da aplicação de tecnologias existentes em novos usos ou da utilização de novos conhecimentos adquiridos pela empresa.

Quando um processo de melhoria na empresa ou de um produto tem um impacto significativo no seu valor no mercado, podemos dizer que houve uma INOVAÇÃO TECNOLÓGICA.

O Brasil ocupa a 40ª posição no ranking mundial de inovação do INSEAD (uma das principais instituições dos Estados Unidos na formação de gestores de negócios). Estamos atrás de Países como o Kwait e Estônia. Ocupação que pode retratar os problemas sociais enfrentados no nosso país.

Existem dois tipos de tecnologias que são fundamentais para a inovação – A Tecnologia Social e a Tecnologia Física. As duas tecnologias são fáceis de serem identificadas. A social é a principal tecnologia para a geração de riquezas, pois nela são trabalhados aspectos humanos que irão produzir as tecnologias físicas. Na tecnologia física podemos citar os aparelhos celulares, foguetes espaciais e microchips.

Muitas pessoas acham que as tecnologias físicas produzidas pelas empresas de tecnologia são altamente inovadoras, mas a maior inovação está no modelo de negócios criados por estas empresas. Um exemplo é o iPhone da empresa Apple. O aparelho iPhone tem seus méritos inovadores de tecnologias físicas, com uma aparência moderna, conexão mais rápida e segura com a Internet, porém, o que diferencia o aparelho dos seus concorrentes é a forma que ele foi lançado no mercado, despertando desejo de consumo e acesso de compra para as massas.

O exemplo da Apple pôde ser visto no tempo do Henry Ford, que inovou desenvolvendo um processo de produção de automóveis por meio da organização do trabalho em linhas de montagem. Este processo foi evoluindo por empresas concorrentes ao longo dos anos, envolvendo outras cadeias produtivas, como fornecedores e parceiros.

Lembramos que SOFTWARE é uma tecnologia que está mais ligada à tecnologia social do que as tecnologias físicas, pois na tecnologia social são valorizados os principais bens ativos destas empresas que são as pessoas. Os principais produtos tecnológicos físicos só funcionam se neles tiverem instalados os softwares. A Google inovou na forma de trabalhar com modelos baseados em comprometimento e dinamismo se tornando a maior empresa de desenvolvimento de software do mundo.

No parágrafo acima citei a palavra COMPROMETIMENTO. Uns dos principais entraves para a inovação no Brasil estão ligados ao comprometimento mútuo na relação de trabalho, que impede o progresso inovador. Este problema enfrentado é devido à falta de visão para melhorarmos nossa tecnologia social e conseguirmos criar ambientes inovadores. Empresas globais inovadoras investem prioritariamente no comprometimento de seus colaboradores na relação de trabalho e na responsabilidade social.

Um dos fatores que estimulam a busca pela inovação é a competitividade. As empresas desenvolvedoras de tecnologias são atualmente as que mais se destacam na mídia em termos de inovação tecnológica por um único motivo: sobrevivência. A competição é um dos grandes “energéticos” capazes de fazer com que uma empresa se torne realmente inovadora e no mercado de tecnologia a competição é muito forte. É importante que o ambiente de competição seja fortalecido pela ética nos negócios, fazendo as pessoas confiarem e investirem na colaboração com comprometimento.

Inovar demanda conhecimento, adaptações, tempo, prática e investimentos, envolvendo uma série de competências tecnológicas e mercadológicas, trazendo vantagens competitivas para empresas a médio e longo prazo com reflexos positivos para a sociedade. Portanto, inovação deve fazer parte do dia-a-dia dos gestores de empresas que buscam sustentabilidade nos negócios.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

APL da Indústria de Software de Belo Horizonte receberá quase R$1,5 milhões entre 2008-2010

Entidades do setor de Tecnologia da Informação já estão iniciando a execução das ações do Arranjo Produtivo Local do setor criado pelo Sebrae. As ações aprovadas para o APL de Software, estão dividas em áreas que visam aumentar o nível de capacitação em qualidade e produtividade, proporcionando a obtenção de certificação, promover a internacionalização do setor, facilitar o acesso ao capital, promover a comunicação e o marketing, aumentar o nível de capacitação em gestão e tecnologia, o nível de conhecimento sobre o APL da Indústria de Software de Belo Horizonte, a interação com universidade, a articulação junto ao poder público, promover a inteligência competitiva setorial, fomentar alianças e parcerias estratégicas entre as empresas, atuar de forma transversal, junto á outras cadeias produtivas, fomentar a formação de recursos humanos de alto nível para o setor em consciência com as necessidades das empresas, além de fomentar a cooperação entre empresas e entidades.

Os Arranjos Produtivos Locais são concentrações geográficas de empresas de um mesmo segmento ou em um mesmo complexo industrial que funcionam como rede de indústrias onde se trabalha de forma cooperada, com tecnologias de produção flexíveis. Existe também a articulação com órgãos de governo, entidades representativas do empresariado, instituições de crédito, de ensino e de pesquisa. O APL tem como objetivo aumentar o faturamento das empresas e da Indústria de Software da RMBH, ampliando o acesso aos mercados local, nacional e internacional, gerando empregos de alta qualificação. É formado por aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm algum vínculo de articulação, interação, cooperação entre governo, associações empresariais, instituições de crédito e pesquisa.

O projeto do software existente há três anos, teve em 2007 com o encerramento do primeiro triênio, a alteração em sua atuação geográfica antes voltada apenas para empresas situadas na capital, o projeto hoje abrange toda a região metropolitana de Belo Horizonte. Todas as metas estipuladas para a primeira fase foram superadas sendo que o faturamento das empresas do TI elevou de R$ 225 milhões de reais R$ 263 milhões de reais, um nível superior a 22%. Outro ponto relevante de atuação do projeto foi a elevação na capacitação de mão de obra qualificada que superou a casa dos 20% no número de profissionais do setor qualificados.

Segundo Márcia Valéria Cota, gestora do APL de software de Região Metropolitana de Belo Horizonte o sucesso do APL de Software deve se a cooperação entre as entidades, todas com o mesmo objetivo e a vontade das lideranças em alavancar o setor. O projeto fez com que o empresário se situasse mais nas ações do setor, houve uma maior aproximação das entidades com o poder público e com elas mesmas.

O Projeto tem como ações para 2008/2010 a capacitação do setor com a promoção de cursos, treinamentos, encontros empresariais, palestras, e Ranking Mineiro de Informática sob responsabilidade da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet (ASSESPRO), a Sociedade Mineira de Software (FUMSOFT), responsável pela área de tecnologia; CINE, Fabrica Mineira de Software, Softex e a interação entre os demais APLs, o Sindicato das Empresas de Informática (SINDINFOR) ficará com a parte de interação do setor com os demais setores para a geração de negócios e por fim a Sociedade dos Usuários de Informática e Telecomunicações (SUCESU), que buscará a geração de negócios entres micro e pequenas empresas e média e grandes, além da relação com CIOS.

O presidente da Assespro, Túlio Ornelas, ressalta que “Belo Horizonte é um dos principais pólos consolidados de Tecnologia da Informação, servindo de referência estratégica para outros Estados e até mesmo para outros Países. Esta consolidação é fruto de um trabalho totalmente integrado entre o Governo, SEBRAE e as entidades representativas do setor”. Para Ornelas, a participação dos empresários nas ações inseridas no APL é fundamental para o sucesso de fortalecimento do setor. “Os empresários precisam ficar atentos às oportunidades que serão oferecidas durante o período de execução das ações, para fortalecer seus negócios com subsídios do APL”, destaca Ornelas.

As empresas participantes dos eventos e ações realizadas pelas entidades pagam valores reduzidos que pode ser minimizado à taxa de até 50%, sendo o restante subsidiado pelo projeto, fator que estimula a participação das empresas. No planejamento dos anos 2008/2010 ficou decidido que o Arranjo Produtivo Local (APL) da Indústria de Software de Belo Horizonte receberá quase R$1,5 milhões vindos do recurso de SEBRAE nos próximos três anos. Os recursos serão usados para o desenvolvimento de ações que visem o crescimento do setor.

Minas Gerais; excelência em software e hardware

Minas Gerais ocupa, atualmente, uma posição de destaque no cenário nacional em relação à produção de software e hardware, sendo considerado um dos principais pólos industriais de Tecnologia da Informação.

A indústria brasileira de software está diante de seu maior desafio: ampliar sua participação no mercado global de software e serviços. Esta é a principal motivação das medidas dedicadas ao setor no âmbito da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior – PITCE, lançada pelo Governo Federal em 2004. O Brasil possui uma indústria de software diversificada e sofisticada, mas que tem se dedicado, essencialmente, a atender a demanda local, uma vez que o país é um dos dez maiores mercados do mundo. Adicionalmente, a crescente abertura e internacionalização dos mercados bem como o advento da Internet têm aumentado intensamente a competição no mercado interno.

Nesse contexto, é imperativo atingir padrões internacionais de qualidade e produtividade no setor de software, como condição essencial na busca da competitividade mundial nesta indústria. Em busca deste objetivo, foi instalado o Subcomitê Setorial da Qualidade e Produtividade em Software – SSQP/SW, hoje PBQP-Software, instituído a partir do Grupo de Trabalho GT4: Qualidade e Produtividade em Software, da Câmara Setorial de Software, concebido e estruturado no âmbito do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade – PBQP, com o objetivo de estimular a adoção de normas, métodos, técnicas e ferramentas da qualidade e da Engenharia de Software, promovendo a melhoria da qualidade dos processos, produtos e serviços de software brasileiros, de modo a tornar as empresas mais capacitadas a competir em um mercado globalizado.

O Estado de Minas Gerais tem contribuído significativamente para o País atingir esta meta. A capital mineira é responsável pela geração superior a 15 mil empregos diretos, nas mais de 1300 empresas existentes de acordo com o último levantamento realizado pela Fundação João Pinheiro e promovido pelo SEBRAE-MG. A cidade possui uma base sólida de formação de mão-de-obra qualificada e ainda toda a infra-estrutura lógica necessária para a instalação de outras empresas.


A Capital também abriga os dois melhores centros de formação de profissionais em Ciências da Computação do País, segundo o ENAD (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). A PUC-Minas sendo a universidade privada mais bem pontuada e a UFMG, a universidade pública mais bem pontuada no curso de Ciências da Computação.

A grande concentração de bons profissionais no Estado ajuda garantir uma excelência das empresas na produção de softwares que são comercializados para todo o País e outros paises.
Empresários da Argentina, Áustrália, Cuba e Índia já estiveram neste ano visitando o Estado mineiro para viabilizar programas de parcerias e aquisição de produtos desenvolvidos no Estado.
O destaque do Estado tem atraído a instalação de grandes investidores multinacionais como a Google, IBM e Microsoft.

Para o presidente da Assespro-MG – Associação das Empresas Brasileiras de Software e Internet, Túlio Ornelas, o apoio e o reconhecimento do Estado da importância da indústria de software foi um grande fator impulsionador para atrair investimentos e criar políticas concretas para o desenvolvimento do setor, tornando um Estado líder no desenvolvimento de tecnologia.
O municípios de Uberlândia, Juiz de Fora, Montes Claros, Viçosa, Santa Rita do Sapucaí e Poços de Caldas também possuem uma representatividade de empresas com importantes desenvolvimentos em tecnologias de ponta.

O MPS.BR é um programa brasileiro que atesta a qualidade dos processos de desenvolvimento, manutenção, engenharia e aquisição de software em uma empresa, ao melhorarem o processo de desenvolvimento de software, as empresas tornam-se mais competitivas num mercado cada vez mais exigente em aspectos de qualidade.

A certificação, que já apresenta resultados concretos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, tem o objetivo de expandir para os estados do Piauí, Maranhão e Tocantins. “Em Minas Gerais, dez empresas já foram certificadas e outros três grupos estão no processo de qualificação, o objetivo é ampliar os benefícios do MPS.BR para todo o território brasileiro, principalmente nos estados onde ainda não existem projetos ou entidades que realizam um trabalho de mobilização pela qualidade no desenvolvimento de software”, afirma o coordenador do Centro de Competência de Minas Gerais Carlos Barbieri. De acordo com ele, o grupo busca parceria com instituições locais nos estados, visando o estabelecimento dos primeiros procedimentos para a realização de palestras sobre melhoria de processos nas empresas.

Outro segmento que já possui excelência no estado é o hardware, o pólo de Santa Rita do Sapucaí, é visto como um dos principais pólos de desenvolvimento tecnológico do Brasil, sendo reconhecido nacional e internacionalmente pela alta qualidade de seus produtos, que são exportados para diversos países. O desenvolvimento de tecnologia de ponta tem seus alicerces na eficiente estrutura educacional de nível técnico e superior nas áreas de Eletrônica, Informática, Telecomunicações e Administração existente no município de Santa Rita do Sapucaí em Minas Gerais.

Fábricas de Softwares servem como termômetro do crescimento do setor de TI

A crescente tendência da terceirização fez com que o negócio de fábrica de software se tornasse um dos segmentos que mais cresce no setor da Tecnologia da Informação no País, aumentando a exportação de grandes empresas e Minas vem se firmando como referência neste mercado.

Uma fábrica de software é uma organização que provê serviços de desenvolvimento de sistemas com alta qualidade, a baixo custo e de forma rápida, utilizando um processo de desenvolvimento de software bem definido com tecnologia de ponta, além de algumas formas de feedback para reconhecer e lidar com oportunidades de melhoria dos processos de fabricação de um software.

Percebe-se nos últimos anos uma crescente movimentação do mercado em torno do modelo de desenvolvimento denominado Fábrica de Software.

Uma das principais características deste modelo é a adoção de técnicas utilizadas
na engenharia industrial de produção em série, para a criação de um ambiente produtivo de desenvolvimento de software com qualidade e baixo custo.

Apesar de ser um modelo antigo, surgido no início da década de 60, fábrica de software nunca foi adotado intensivamente pelo mercado, as principais iniciativas partiam de grandes corporações, associações entre institutos de pesquisa ou projetos governamentais. Os avanços da engenharia de software nos últimos anos e as mudanças ocorridas nos processos de desenvolvimento de sistemas, como o software livre e o surgimento de padrões abertos para desenvolvimento corporativo, fizeram surgir um novo modelo de fábrica de software no mercado.

As novas facilidades tornaram possíveis que empresas de médio e até de pequeno porte, pudessem montar suas fábricas de software para prestar serviços de desenvolvimento de sistemas à crescente terceirização do mercado, resultando numa proliferação deste novo modelo de fábrica pelo mundo.

Com a constante evolução da engenharia de software e das tecnologias envolvidas no desenvolvimento de sistemas, as fábricas serão cada vez mais efetivas dentro de seu objetivo de produzir softwares de qualidade, em pouco tempo e por um baixo custo espera-se, portanto, um crescimento ainda maior na adoção deste modelo para o desenvolvimento de sistemas.

O Estado mineiro é um centro nacional de excelência em formação de profissionais, “matéria-prima” para desenvolvimento de software.

É estimado que existe no Estado mais de 20 importantes fábricas de software, sendo uma delas a Fábrica Mineira de Software, apoiada pelo APL (Arranjo Produtivo Local) de Software de Belo Horizonte.

Minas esta a frente na certificação MPS.BR que trata da Melhoria de Processos do Software Brasileiro garantindo mais qualidade da produção nas Fábricas.

Mercado Externo

Grandes Países demandantes de produção de software vêem no Brasil uma importante opção além da Índia para desenvolvimento de aplicações completas. O Brasil tem várias vantagens em relação aos indianos, sendo uma delas a maior estabilidade social, já que o País concorrente vive constante tensão militar com o Paquistão.

Outro importante fator que impulsiona o mercado nacional é a desvalorização cambial que deu um grande incentivo às exportações. O custo de um profissional no Brasil chega a ser um terço mais baixo do que um homem hora nos EUA.

O grande obstáculo das fábricas e empresas de software ainda esta na falta de mão-de-obra e a alta carga tributária na folha de pagamentos. Estes obstáculos podem ser determinantes para o futuro das empresas de software no Brasil perante o mercado interno e externo.

sábado, 26 de abril de 2008

Lei que limita experiência a seis meses já preocupa empresários

Entrou em vigor, na última semana de março a proibição da exigência de experiência superior a seis meses na contratação pela Consolidação das Leis do Trabalho - inserida no regime da CLT por meio da Lei 11.644/08, publicada no ‘Diário Oficial da União’. A medida aplica-se também à admissão por concursos fora do Regime Jurídico Único (RJU), ainda que o edital já tenha sido publicado.

Até então, a CLT não limitava o tempo que o empregador podia exigir como experiência para o exercício de atividades profissionais. A nova regra, segundo a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, tem como objetivo tornar o mercado de trabalho mais acessível ao jovem.Para o Presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), Osmani Teixeira de Abreu, a lei é "uma aberração", porque a experiência é um dos fatores fundamentais para o preenchimento de determinadas vagas no mercado de trabalho. "Só vai fazer as pessoas perderem tempo, tanto os candidatos quanto as empresas. A indústria vai ter de chamar para o processo seletivo pessoas sem a menor condição de ocupar a vaga. E o candidato vai ser iludido, achando que irá arranjar um emprego", opina. Para o Governo o objetivo da medida é facilitar o acesso ao mercado de trabalho. Alvo de programas de inclusão do governo federal, jovens eram os principais prejudicados com o pré-requisito. A determinação vem detalhada no Artigo 442: “Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de atividade”.

A nova norma já está em vigor — empregadores não podem mais publicar anúncios, em jornais, na Internet ou em outros meios de divulgação, pedindo comprovação de experiência com esse perfil, como faziam antes. Também são vedadas discriminação quanto à raça, religião, idade, estética e gênero. Caso considere a restrição abusiva, o candidato à vaga deve denunciar.
Embora a referida lei não estabeleça punição específica para sua infração, a própria CLT em seu artigo 510 estabeleceu valores de multas para infração ao artigo 442.

Assim, segundo a Portaria 290/97 do Ministério do Trabalho, que regulamenta a matéria, a multa para quem descumprir a Lei 11.644/08 deve ficar em R$ 378,28 e em caso de reincidência a multa pode passar de R$750,00.

Empresários e profissionais de recursos humanos das empresas de Tecnologia da Informação se preocupam com a nova medida do governo, pois já encontram dificuldade em encontrar profissionais qualificados tendo altos custos nos processos de seletivos e agora este problema tende a piorar.

O Brasil tem como objetivo se tornar um dos maiores e mais importantes pólos de Tecnologia da Informação mundial e a qualidade da mão-de-obra especializada é um dos fatores fundamentais para atingir este objetivo. E a alta qualidade é atingida com tempo de experiência dos profissionais do setor.

Para o presidente da ASSESPRO-MG ( Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet de Minas Gerais), Túlio Iannini, a medida é um “passo para traz” no processo evolutivo. “O Governo esta tentando acabar de vez com o estágio, transformando-o em emprego e agora com a nova Lei esta querendo transformar o emprego em estágio. Uma tremenda incoerência”. Para Túlio Iannini, cabe ao Governo criar programas inteligentes para facilitar a inserção dos jovens no mercado de trabalho investindo mais na educação e fortalecendo o estágio nas empresas para adquirir experiência mínima no mercado de trabalho. “Você confiaria em viajar em um avião, no qual o piloto tenha apenas 6 meses de experiência? Fazer uma cirurgia de risco com um médico recém formado? Os profissionais de Tecnologia da Informação são em muitos casos responsáveis por desenvolvimento de sistemas de alta complexidade que interferem diretamente na movimentação financeira, equipamentos médicos, telecomunicações dentre outros e se uma falha ocorrer os prejuízos são imensuráveis. A qualidade é fundamental e na maioria esta ligada ao tempo de experiência do profissional”, ressalta Iannini.

Segundo Túlio Iannini, a entidade vai promover debates com empresários e profissionais com a finalidade de buscar uma solução, não ficando omissos a esta imposição do Governo.

Por Fernanda Campolina

Setor de Tecnologia da Informação de Belo Horizonte estreita relacionamento com Córdoba.

Setor de Tecnologia da Informação de Belo Horizonte estreita relacionamento com Córdoba.


Aconteceu em Belo Horizonte durante os dias 27 e 28 deste mês a Missão Argentina Multisetorial. Contanto com mais de 80 empresários de diferentes segmentos da Argentina, a missão teve o objetivo de contribuir para o fortalecimento da economia mineira, proporcionando geração de negócios e parcerias. Durante o período do evento empresários do setor de TIC - Tecnologia da Informação e Comunicações, se reunirão e vislumbraram uma grande oportunidade de parceria e negócios entre Belo Horizonte e a província de Córdoba.

Os empresários argentinos de Tecnologia da Informação e Comunicações tiveram uma apresentação realizada pelo presidente da Assespro-MG – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet, Túlio Ornelas Iannini. A apresentação teve o intuito de mostrar o objetivo da entidade, serviços e proporcionar o conhecimento do crescimento da indústria de software de Minas Gerais. Durante o encontro foram realizadas rodadas de negócios entre empresários argentinos e brasileiros onde o principal foco foi a busca de parcerias técnicas e comerciais.

Uma das principais realizações do evento foi a promoção do estreitamento das relações entre a província de Córdoba e Belo Horizonte.

Córdoba, que fica cerca de 800 quilômetros a noroeste de Buenos Aires, sendo a principal região produtora de soja e milho da Argentina, e destino turístico popular entre os cidadãos do País.

Na província de Córdoba, foi criado um pólo do setor de Tecnologia da Informação e Comunicações por meio de uma associação de empresas, chamada de CCT - Cluster Córdoba Technology. Atualmente o CCT possui 60 importantes empresas associadas e mais de 250 empresas sediadas, sendo consideradas as principais da Argentina.

A província possui características semelhantes a da capital mineira que levaram a despertar interesse em parcerias promissoras entre empresários do setor.

Com uma população com cerca de três milhões de habitantes, Córdoba, abriga nove universidades e tem a maior presença per capita de estudantes universitários da América do Sul, segundo representantes argentinos. A capital mineira abriga as duas principais universidades de ciências da computação do Brasil, a PUC-MG – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e a UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais.

Tanto a província de Códoba e Belo Horizonte investem de forma organizada no setor com apoio real dos governos Estadual e Municipal.

A falta de mão de obra especializada também é um problema enfrentado pelas cidades que buscam formas adequadas de capacitação de profissionais e incentivos fiscais.

Em reunião realizada com o presidente da Assespro-MG, Túlio Ornelas e o diretor do CCT, Rafael Ibañez, ficou firmada a intenção de uma forte parceria entre as entidades que já iniciarão ações de aproximação e colaboração ainda neste mês.

Segundo Túlio Ornelas, o mundo esta se tornando cada vez mais colaborativo e as fronteiras devem deixar de existir quando o assunto é desenvolvimento e progresso. “O encontro dos empresários argentinos e brasileiros foi muito rápido e ambas as partes precisam conhecer mais a realidade dos dois lados para concretizarem negócios e parcerias. O estreitamento entre as relações da Assespro-MG e o CCT, vai proporcionar esta concretização”, diz Túlio Ornelas.

O primeiro passo será a criação entre as entidades de um mecanismo e processo de comunicação contínua das atividades de cada região para favorecer cada parte conhecimento das oportunidades e características dos empreendimentos. No segundo momento será disponibilizado uma estrutura física em Córdoba para atender empresários brasileiros e o mesmo acontecerá em Belo Horizonte para os empresários argentinos.

Ainda em 2008 será organizada uma missão empresarial brasileira para Córdoba, coordenada pelas duas entidades.

Por: Fernanda Campolina

domingo, 27 de janeiro de 2008

Comportamento Digital

Comportamento Digital
Por Túlio Ornelas Iannini

Estamos passando por uma fase de grande aceleração da evolução da tecnologia global. O homem desde os mais primitivos aprenderam a conviver e utilizar a tecnologia a seu favor criando ferramentas para caça, pesca, locomoção e transmissão de informações.

O período em que estamos vivendo é considerado na atualidade o de maior evolução tecnológica obrigando até mesmo pessoas mais simples a utilizarem produtos tecnológicos mesmo estando no campo, pequenas cidades e em grandes centros urbanos.

A cada dia nos deparamos com novos aparelhos celulares, modelos de computadores pessoais, sites colaborativos, máquinas fotográficas digitais, formas de acesso a Internet e siglas como PDA’s, GPS, VoIP e outras mais.

É a era da Convergência Digital, onde não somente aparelhos analógicos são convergidos para aparelhos digitais, mas também de aparelhos digitais para outros aparelhos digitais. Um exemplo simples é o aparelho celular que funciona como rádio, câmera digital, telefone, agenda, games e em breve como televisão interativa com a chegada da TV Digital.

A velocidade da atual evolução é positiva, mas tem seu preço. Com toda essa tecnologia o homem ganhou mais tempo e este tempo tem sido utilizado na maioria das vezes para ficar refém da tecnologia, se ocupando com mais trabalho e atividades de lazer na frente do computador.

Esta crescente interação com a máquina vêm mudando o comportamento humano alterando relacionamentos pessoais e profissionais. As pessoas passaram a resolver problemas por meio de “Instant Messenger” (Programas de envio de mensagens instantâneas pela internet), mudaram a forma de escrever, de raciocinar e até mesmo na forma de sentir prazer.

Não é uma questão de estarmos no caminho errado de evolução. A questão é que a geração atual ainda não aprendeu a lidar com todos estes recursos e acaba sofrendo conseqüências importantes.

As empresas buscam a cada dia entender mais o comportamento de seus funcionários, melhorando os processos de comunicação utilizando ferramentas tecnológicas, como intranet, Blogs e mecanismos de pesquisa “on-line”. Os dados dos currículos e os processos de recrutamento e seleção são gerenciados por sistemas proporcionando mais eficácia e agilidade na contratação de profissionais.

As pessoas buscam soluções rápidas que nem sempre possuem a qualidade ideal, transmitindo este problema na especialização de profissionais dentro das empresas. E o universo corporativo sofre com este problema tendo que criar soluções para trabalhar as pessoas no compromisso em prestar serviços com agilidade, porém com qualidade.

Empresas de desenvolvimento tecnológico são as que mais precisam se atentar ao comportamento de seus profissionais, pois em muitos casos devem criar uma cultura digital, onde as pessoas precisam ter acesso a tecnologias “on-line” e ao mesmo tempo atividades que desprendem os colaboradores da frente do computador.

O assunto é tão sério que o vício em tecnologia é considerada a doença do século sendo criado departamentos especiais em hospitais para tratar do problema. Um exemplo é a criação do projeto de Dependentes em Internet, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo e coordenadores deste projeto estimam-se que no Brasil pode ter aproximadamente 400 mil viciados neste problema.

O diagnóstico não é tão simples e o organismo de um viciado em tecnologia reage de forma parecida ao de um viciado em drogas como crack ou cacaína, segundo especialistas.

Muitos viciados não admitem o problema não procurando ajuda de um profissional.

Nos próximos 10 anos a tecnologia deve mexer ainda mais com o comportamento humano com mudanças cada vez mais rápidas e mais impressionantes atingindo a grande massa da população que faz parte de uma geração que ainda não esta preparada para suportar todas essas mudanças.

O importante neste panorama é cada um de nós ficarmos atentos ao nosso comportamento diário diante ao aumento do envolvimento com a tecnologia, não nos deixando que tal ligação prejudique nossa saúde e relacionamentos.

Nas empresas, principalmente as de desenvolvimento de softwares, profissionais de recursos humanos precisam observar o comportamento de seus colaboradores oferecendo suporte para superarem possíveis tendências ao vício e tornando o ambiente de trabalho mais adequado a realidade do destes profissionais.